domingo, 2 de abril de 2017

Riachos e suas circunstâncias (redondezas? margens? não!)

Serra da Lousã


"Primordial". É a palavra que me vem à cabeça. Primordial na perspectiva da Evolução. Uma sensação que já cá está e que é acordada, não alguma coisa que vem do exterior, nos perturba (bom ou mau) e nos provoca uma reacção. Chego ali e ao ouvir a água a correr, ao ver o musgo nas pedras e nos troncos, pequenas plantas a irromper por todo o lado, o Sol reflectido nas folhas das plantas, a complexidade das sombras ... acelera-me um fluxo cá dentro, um regato que já cá corre. Uma coisa primordial. Fazemos parte da Biosfera e há quem isso não entenda. De um ponto de vista da Evolução o Si bemol de um violino é muito posterior ao som da água que corre. Bem, às tantas a água corre, pelo menos de vez em quando, em Si bemol.
Há um bem-estar profundo (nada daquelas coisas tipo Zen e não sei quê; não, antes uma coisa com vida) que se instala naturalmente, que me deixa atento. De repente lembrei-me que,  há muitos anos, por acaso, dei com uns rabiscos e uns borrões de tinta preta numa tela que me deixaram muito impressionado. Eram de Antoni Tàpies. Há uma linha ténue que separa os borrões do Tàpies dos troncos das árvores caídas. Ambas me atraem mas ... mas não sei bem o quê. Um dia destes ponho-me a pensar nisto.








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